"Era isso que eu queria: usar minhas palavras (...) onde quer que eu fosse para fazer a diferença"

Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Recife, Maranhão, Rondônia e Roraima. Metade dos deputados estaduais da região norte-nordeste do Brasil já ouviu seu nome forte: Talyta França, líder do Girl Up em Natal, tem cruzado fronteiras com seu projeto de lei contra a pobreza menstrual. E ela promete que isso é só o começo! Por meio da comunicação, a aspirante a jornalista está ansiosa para usar suas palavras para impactar e ajudar jovens e adolescentes a conquistarem suas próprias oportunidades e fortalecerem suas próprias vozes. Por isso, a participante do BLB5 e fundadora do projeto Buscando a Utopia tem atuado como editora da equipe do LALA Storytelling e como escritora no projeto Acadêmicos.

Nascida no Rio de Janeiro, foi lá que Talyta descobriu sua primeira paixão: a música. Aos 10 anos de idade, começou a tocar violoncelo. Seu professor, surpreso com sua rápida desenvoltura, chamou-a para ajudar outros colegas a ler música e ensinar flauta: foi quando ela ouviu seu chamado para a liderança. A timidez que a acompanhava se dissolveu, e Talyta iniciou sua jornada em Natal, no Rio Grande do Norte: foi regente de uma banda, representante de classe, fundadora e presidente do grêmio estudantil de sua escola, onde fundou um jornal escolar. Entre discursos e pesquisas nos grandes debates que organizava, ela conheceu a LALA. Ela cumpria todos os requisitos parase inscrever, mas não acreditava que isso fosse possível. Aos 17 anos, viajando sozinha pela primeira vez, Talyta estava a caminho do Brazilian Leadership Bootcamp 5 (BLB5) em São Paulo.

Como todo participante da LALA, durante o Acampamento ela percebeu que não estava sozinha em suas crenças e valores: ela havia encontrado uma família. Sua experiência no BLB5 foi tão significativa que, desde que conheceu a culinária vegetariana e a apresentação de sustentabilidade do Instituto Favela da Paz, Talyta se tornou vegetariana - este ano completa 3 anos. Inspirada pelo crescimento conjunto dos participantes da LALA, por não saberem nada sobre política, mas quererem mudar sua realidade, e pelo pensamento de que "precisamos entender nosso entorno para mudá-lo, pois não há como mudá-lo se não o entendermos", ela começou a estudar política com eles - desde o que são os três poderes até como elaborar um projeto de lei. Sua determinação e rede de apoio fizeram com que ela conquistasse o terceiro lugar no programa Parlamento Jovem Brasileiro em seu estado. Ela também reforça que sua conquista foi alcançada porque a LALA a fez se sentir capaz de fazer coisas que nunca havia pensado antes. Portanto, esse terceiro lugar tornou-se muito significativo e um dos primeiros passos para seu grande futuro.

Além disso, sua nova admiração pela sustentabilidade tornou-se o foco de seu projeto Buscando a Utopia. Por meio dele, ela organizou uma campanha de limpeza da praia em parceria com um programa de pesquisa que transformou as garrafas pet e outros plásticos coletados em próteses para crianças carentes usando uma impressora 3D. Graças a isso, o Buscando a Utopia foi selecionado para representar o Brasil no Youth for Nature, uma plataforma que reúne histórias de jovens sustentáveis. Em seu último ano escolar, escreveu um e-book para o projeto Acadêmicos sobre como fundar e gerenciar um jornal escolar, com o objetivo de incentivar e democratizar as ferramentas para outros estudantes em todo o Brasil.

Há pouco tempo, ela fundou um clube Girl Up - o pioneiro em seu estado -, uniu-se a uma amiga e, com o apoio de clubes e movimentos que já estavam acontecendo no país, começou a escrever um projeto de lei contra a pobreza menstrual com seu grupo de apenas 4 componentes. Após ser protocolado em seu estado, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Maranhão, e ganhar espaço em entrevistas em grandes emissoras de TV e rádio brasileiras - como a CBN Brasil -, Talyta montou uma campanha de arrecadação de absorventes. Com isso, ela conseguiu distribuir mais de 6.000 absorventes. Atualmente, o clube conta com 22 membros, e suas agendas tomam proporções cada vez maiores.

Olhando para o futuro, Talyta pretende estudar jornalismo para exercer sua paixão pela comunicação. Por meio da LALA, ela vê a equipe de contadores de histórias como uma oportunidade de contar as histórias incríveis das pessoas que conheceu nessa comunidade para inspirar outras pessoas, inclusive futuros alunos. Uma das citações pontuadas por Talyta foi: "ninguém é pequeno demais, e se você se sente assim, a LALA nos ajuda a crescer; é como o coração da vovó: há espaço para todos". Por tamanho impacto e determinação, nós da LALA amamos e somos gratos pela existência única de Talyta e por podermos compartilhar de seu desenvolvimento contínuo.

Essas histórias são escritas e editadas pela Equipe de Narração de Histórias, que é liderada por ex-alunos que coleta histórias com o objetivo de reconhecer e celebrar o maravilhoso trabalho que voluntários, funcionários e ex-alunos fazem para a LALA e também mostrar como a organização impactou suas vidas.

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